A transmissão do saber fazer nas pedreiras do bairro Cerro do Estado/Capão do Leão/RS

Por Cátia Simone da Silva

Esse diário de campo fez parte da pesquisa sobre “A transmissão do saber fazer nas pedreiras do bairro Cerro do Estado”, município de Capão do Leão, ao Sul do Rio Grande do Sul/Brasil. Aqui encontra-se o segundo maior bloco de granito do mundo (capaodoleaohistoriaecultura.blogspot.com.br), sendo a extração mineral uma das principais fontes de renda, juntamente com o cultivo do arroz e a pecuária. O resultado da pesquisa foi apresentado na última avaliação da disciplina de “Família e Parentesco”, ministrado pela Profa. Dra. Flávia Rieth, no 6º. Semestre do curso de Antropologia da UFPel.

A metodologia empregada foi o uso do “diário de campo”, recursos audio-visuais (fotografia e filmagens), que constituirão parte de um “documentário etnográfico” e também: um questionário semi-estruturado com perguntas a partir dos problemas em questão: “trabalho, gênero…”.

Como nasci e moro no local, sou portanto uma nativa e devo segundo Magnani (2002) “estranhar o familiar”,  o estranhamento se deu na medida que as  entrevistas iam sendo conduzidas, pois foram surgindo expressões e palavras que eu não conhecia ainda.

A pesquisa tem como foco a categoria trabalho, o qual está imbricado com a territorialidade, e é uma das principais constituições identitárias do grupo. Desta forma não poderia deixar de comentar a etmologia da palavra “trabalho”, conforme Cunha:

“Trabalho tem o sentido de torturar, derivado de tripalium (instrumento de tortura). Dá idéia inicial de “sofrer” passou-se à idéia de esforçar-se, lutar, pugnar e, por fim trabalhar; ocupar-se de um míster, “exercer o seu ofício”. Do latim: Tripalire – entrada no português, século XIII).” (NOGUEIRA, 2001. P. 38 APUD: cunha, 1987. P. 204).

No primeiro sentido de “torturar”, pode ser percebido aqui nas atividades, pois os trabalhadores ficam expostos a vários tipos de acidentes. Existem casos de mutilações dos dedos, perda da visão por lascas de pedras ou ferros, e acidentes de toda a ordem, inclusive casos de óbitos. Além das persuações das políticas públicas ambientais, vulnerabilidade econômica, sendo na maioria dos casos um trabalho informal. Mas também é visto pelos interlocutores como ocupando-se de uma atividade, e exercendo a sua profissão.

Para ler o texto na íntegra clique aqui .

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