Arqueologia Popular e a Farinha de Puba – Marlon Pestana

Este vídeo mostra o processo da fabricação tradicional de farinha de mandioca, chamada Puba na localidade de Sucupira. A tecnologia foi trazida da África, e o sr. Raimundo diz que é uma técnica muito antiga, nesse método tradicional de fabricação de farinha de Puba, enquanto a pá leva a massa de mandioca de uma lado para o outro, o calor vai tostando a farinha e quem está próximo pode sentir um aroma delicioso. Podemos ver todos os objetos da cultura material e o modo de preparação e fabricação da farinha de mandioca.

Quando ele era criança, lembra que a fabricação se dava em fornos de barro, o processo era o mesmo de hoje, porém, em uma pedra com umas latinhas barreadas, ele diz que era mais difícil.  O processo atual foi  aperfeiçoado há aproximadamente uns 50 anos,  a farinha é usada para o consumo e para vender, transformando-se em renda para as famílias.

Assistindo este vídeo lembrei da expressão “Ciência do concreto” de Lévi-Strauss,  onde para o antropólogo francês era a ciência primeira, denominada bricoleur, sendo o substrato da nossa civilização  e não  menos científica como alguns pensavam.

O bricoleur é a semelhança entre a técnica e o pensamento mítico, é  um modo de pensar empírico que durante milênios tentando e errando, as sociedades que nos antecederam adquiriram uma técnica e passaram as outras gerações, o processo se dá nas sociedades até os dias de hoje. O bricoleur interroga as culturas, elabora estruturas, sempre fica aquém e opera através de signos. Aos estudantes e profissionais da antropologia, arqueologia e cientistas sociais interessados em trabalhos junto a esses povos tradicionais, vale a pena assistir o vídeo!

Por Cátia Simone Silva
Discente em Bacharelado de Antropologia Social.

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