A primeira versão deste evento expõe as experiências de pesquisadores, docentes e discentes de universidades brasileiras, incluindo eventuais experiências internacionais, sobre as relações entre a arqueologia e a antropologia em meio forense, em relação ao crime e à violência humana no passado e na história do presente.
Realizado no CFCH-UFPE, a partir da iniciativa do Departamento de Arqueologia, o I SBAAF congrega resultados de pesquisas básicas, estudos de casos de arquivos, ensaios e experiências educacionais relacionadas ao caráter forense de duas ciências e ao problema conceitual previamente denotado para a sua distinção e construção no âmbito da busca pela profissionalização e comprometimento com as necessidades sociais e políticas no presente. No Brasil, o reconhecimento da Arqueologia Forense como uma das áreas de atuação do arqueólogo pelo MEC e a publicação de duas portarias pelo Ministério da Justiça em 2009 e 2013 para a criação de grupos de trabalho multidisciplinares voltados ao estudo e a estruturação de uma Unidade Nacional de Antropologia e Arqueologia Forense abrem novas perspectivas para o desenvolvimento dessas ciências. As experiências latino-americanas, como o caso da Argentina, Peru, Venezuela, Chile e Colômbia, ocorridas nos anos 1980 e 1990, ampliam a possibilidade da criação de equipes de arqueologia e antropologia forenses no Brasil. O olhar sobre a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade que envolve as ciências forenses emergentes, a arqueologia e a antropologia, assim como a sua experimentação, constitui objeto do tema deste simpósio.
O Simpósio Brasileiro de Arqueologia e Antropologia Forense é um primeiro passo na consolidação dessas ciências no âmbito da produção de conhecimento científico. Pretende-se que se torne um evento bianual, onde em cada região do país poderá escolher eixos temáticos conforme cada comissão organizadora. Trata-se de um simpósio importante para o desenvolvimento da Arqueologia e Antropologia forenses, no contexto regional e nacional.
A Arqueologia e a Antropologia como ciências forenses apresentam conformações teórica e metodológica similares, mas não constituem a mesma coisa. A Arqueologia Forense, interface entre a Arqueologia e as Ciências Forenses, é um ramo do conhecimento científico indispensável para o entendimento do fenômeno da violência nas sociedades humanas no passado, a partir dos remanescentes humanos. A mesma possui duas vertentes, uma disciplina científica subordinada à Antropologia Forense (como nos Estados Unidos, América do Sul, Portugal) ou independente (como na Inglaterra), que emprega métodos e técnicas da Arqueologia tradicional para solucionar casos criminais contemporâneos, e outra, como uma sub disciplina da Arqueologia que estuda casos criminais e de violência humana no pretérito. Contudo, no Brasil, seu desenvolvimento vem sendo lento e gradual. As atividades destas disciplinas são marcadas por ações pontuais e em contextos muito específicos, como cursos para policiais, disciplinas de graduação, especialização e pós-graduação e cursos e palestras eventuais. No contexto brasileiro, a realização do ‘I Simpósio de Arqueologia e Antropologia Forenses’ será crucial para gerar um panorama ensaístico do estado da arte sobre este conhecimento científico em nível nacional e fomentar a produção de artigos científicos e a divulgação destas ciências.
Acesse: http://www.sbaaf.com.br/
CFCH – Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Av. da Arquitetura – Cidade Universitária
Recife – PE
50740-550, Brasil