Sepé Tiaraju (-1756) – Herói guarani, de São Miguel (RS), foi morto em combate. Tornou-se figura central na luta contra o Tratado de Madri, que exigia a retirada da população guarani do território que ocupava havia cerca de 150 anos. Defendeu com a vida o rincão de caça, pesca, plantio e morada do povo guarani. Recebeu por isso canonização popular. Costumava dizer “Esta terra tem dono”. Após sua morte foram dizimados 1500 guaranis por espanhóis e portugueses.
No dia 7 de fevereiro de 1756 Sepé morreu peleando no Arroio Caiboaté. Numa escaramuça, seu cavalo rodou e ele foi ferido pela lança de um soldado e antes que se levantasse foi morto com um tiro de pistola pelo governador de Montevidéu que chefiava a tropa.
As missões jesuíticas, que de início haviam servido para implementação das políticas de dominação espanhola sobre o território do continente americano, já não serviam mais aos interesses imperiais. No ano de 1753 o rei Fernando VI ordenava que as missões fossem evacuadas à força.
Sepé Tiaraju contribui para insuflar o levante indígena da redução guaranítica de São Nicolau, a primeira à resistir às ordens de transmigração para o outro lado do Rio Uruguai. Em São Miguel Sepé promoveu o ataque às carretas que faziam a mudança dos objetos da Igreja, obrigando-as à retornar à redução. Durante 3 anos foi um dos guerreiros mais notáveis na resistência aos impérios português e espanhol. Atribui-se a Sepé a frase: “esta terra tem dono, e ninguém nô-la tira”. Esta terra ainda tem dono: pertence ao povo. Ainda mandaremos os invasores e os que estão a seu serviço para longe daqui.
Sepé Tiaraju é um símbolo da resistência popular ao imperialismo e do instinto de liberdade de um povo.
Muitas lendas, trovas e canções missioneiras e nativistas falam dele, que para muitos virou santo, São Sepé.
Fonte: www.dhnet.org.br/redes/estaduais/rs/personagem.htm