Vídeo das Quebradeiras de Coco Babaçu – São Domingos, Pará

As quebradeiras de coco vivem do extrativismo do babaçu nos Estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará.
Em 1995 as trabalhadoras rurais criaram o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), com a finalidade de garantir o direito dessas mulheres à terra e à palmeira (babaçu), o seu meio de sustento e também o reconhecimento como categoria profissional. No processo de extrativismo do coco babaçu, as mulheres aproveitam as folhas e palhas para fazer cestos, com a casca produzem o carvão e com as castanhas é produzido azeite e sabão.

O trabalho das quebradeiras pode ser contextualizado com alguns autores da Antropologia, podemos ver que é constituído de saberes tradicionais locais, diferente dos científicos que são universais. Não são saberes fechados, acabados, mas estão em constante processo de investigação e ressignificação, sendo passados de uma geração para outra através da oralidade (CUNHA: 2009).

Também segundo Lévi-Strauss (O Pensamento Selvagem: 1989), nos conhecimentos tradicionais operam-se  com unidades percentuais, ou seja, é através da percepção das coisas que irão ocorrer as lógicas perceptuais ou míticas. Para esse autor o bricoleur foi a ciência primeira, significa um modo de pensar empírico, onde errando e acertando as sociedades conseguiram atingir as suas técnicas e passá-las as outras gerações. O bricoleur é aquele processo onde a pessoa trabalha com as suas mãos, elaborando estruturas e operando através de signos, com unidades perceptuais e com aquilo que estiver ao seu alcance, estando no nível sensível e da imaginação.

Assim o vídeo relata todo esse universo dos saberes tradicionais e também as questões sociais enfrentadas pelas trabalhadoras.

É muito interessante aos estudantes da área das humanas: antropologia, sociologia, história… que tenham como interesse a temática com as comunidades tradicionais.

Cátia Simone da Silva
Antropóloga Social e Cultural
catia@antropologiasocial.com.br

Referências:
http://www.cerratinga.org.br/populacoes/quebradeiras/   acessado em 15/11/2016 às 11h e 30min.
Cunha, Manuela Carneiro da. Cultura com aspas. “Relações e dissensões entre saberes tradicionais e saber científico”: COSAC NAIF, 2009.
Lévi-Strauss, Claude. O Pensamento selvagem. Campinas: Papirus, 1989.

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